A busca por mais conforto, segurança e privacidade leva muitos motoristas a optarem por películas escuras nos vidros dos veículos. Entre as mais procuradas está o chamado Insulfilm G5, conhecido por ser um dos mais escuros disponíveis no mercado. Mas afinal, é permitido usar esse tipo de película nos carros que circulam pelo Brasil?
A resposta envolve uma combinação entre o nível de transparência exigido por lei, a forma de aplicação e a regularização do produto junto aos órgãos competentes. Entender esses pontos é fundamental para evitar multas, retenção do veículo ou problemas com a fiscalização.
Conteúdo do artigo
- 1 O que é o Insulfilm G5?
- 2 A legislação brasileira permite o uso da película G5?
- 3 Quais são os riscos de usar película fora do padrão?
- 4 Como saber se a película está dentro da legalidade?
- 5 Onde a película G5 pode ser aplicada legalmente?
- 6 Por que muitos motoristas escolhem a G5 mesmo com restrições?
- 7 Tecnologias mais modernas oferecem alternativas seguras
- 8 O que observar antes de instalar qualquer película
- 9 Em caso de fiscalização, o que fazer?
- 10 O uso da película afeta a aprovação em vistorias?
- 11 Em que casos a aplicação de películas escuras é liberada?
- 12 Considerações finais
O que é o Insulfilm G5?

O nome “Insulfilm” é amplamente utilizado no Brasil para se referir a películas automotivas, embora seja, na verdade, uma marca registrada. No uso popular, passou a representar qualquer tipo de película escurecedora aplicada nos vidros de carros.
Já a sigla G5 indica o grau de escurecimento. Em geral, uma película G5 permite a passagem de apenas 5% da luz externa, ou seja, é extremamente escura. Isso traz benefícios como maior privacidade, proteção solar e sensação de conforto térmico, mas também levanta dúvidas sobre sua legalidade em determinadas partes do veículo.
A legislação brasileira permite o uso da película G5?
A permissão para usar películas escurecedoras nos veículos é regulada por normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O principal critério que define se uma película pode ou não ser usada é o índice de transmissão luminosa (VLT, na sigla em inglês), que corresponde à quantidade de luz que atravessa o conjunto vidro + película.
Veja a seguir o que a legislação estabelece:
Regras atuais
- Para-brisa: deve manter no mínimo 75% de transparência, se for original, ou 70% caso tenha recebido tratamento posterior, como películas.
- Vidros laterais dianteiros (motorista e passageiro): exigem transparência mínima de 70%.
- Vidros laterais traseiros e vidro traseiro: transparência mínima de 28%, desde que o veículo tenha retrovisores externos dos dois lados.
Portanto, a película G5 não pode ser utilizada nos vidros dianteiros, pois ela deixa passar apenas 5% da luz, muito abaixo do exigido. Já nos vidros traseiros e laterais traseiros, a aplicação pode ser permitida, desde que sejam atendidas todas as outras exigências da legislação.
Quais são os riscos de usar película fora do padrão?
O uso de películas que não estejam em conformidade com a lei é considerado uma infração de trânsito. O motorista está sujeito a punições previstas no Código de Trânsito Brasileiro, que incluem:
- Multa de natureza grave
- Cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação
- Retenção do veículo até a regularização
Além das penalidades legais, há também os riscos relacionados à segurança. Um vidro excessivamente escuro compromete a visibilidade do condutor, especialmente à noite ou em dias chuvosos, e pode aumentar significativamente o risco de acidentes.
Como saber se a película está dentro da legalidade?
O primeiro passo é entender que não basta o tipo de película ser “permitido”. É essencial que o conjunto vidro + película obedeça ao índice mínimo de transparência exigido.
Além disso, a película precisa ser homologada pelo Inmetro. Isso significa que o produto passou por testes que atestam sua qualidade e que o fabricante está devidamente registrado. Ao ser instalada, a película deve conter um selo com o número de certificação, visível em pelo menos uma das janelas.
Se o carro passar por uma blitz ou uma vistoria e não estiver com a película dentro das normas, o condutor terá de regularizar a situação para liberar o veículo.
Onde a película G5 pode ser aplicada legalmente?
A película G5, por seu nível extremo de escurecimento, só é aceita em determinadas partes do veículo. Confira na tabela abaixo:
Local do vidro | Pode usar G5? | Observações importantes |
Para-brisa | Não | Não é permitido nenhum escurecimento que reduza a transparência abaixo do padrão |
Vidros dianteiros laterais | Não | Exige mínimo de 70% de VLT. A G5 tem apenas 5% |
Vidros traseiros laterais | Sim | Permitido desde que haja retrovisores externos nos dois lados |
Vidro traseiro | Sim | Permitido se acompanhado de retrovisores laterais e película homologada |
Por que muitos motoristas escolhem a G5 mesmo com restrições?
A principal motivação para escolher a G5 é a privacidade. Com ela, o interior do carro fica praticamente invisível do lado de fora, algo muito valorizado em grandes cidades. Além disso, há o fator estético e o conforto térmico, já que esse tipo de película costuma bloquear parte significativa da radiação solar.
Contudo, é importante lembrar que a estética não deve se sobrepor à segurança e à legalidade. A visibilidade é um fator essencial para evitar acidentes e ter controle total do ambiente ao redor.
Tecnologias mais modernas oferecem alternativas seguras
Nos últimos anos, surgiram no mercado películas de alta tecnologia, como as versões cerâmicas e nano-cerâmicas. Elas não escurecem tanto quanto a G5, mas oferecem benefícios similares em termos de proteção térmica e contra raios ultravioleta.
Esses filmes avançados permitem a entrada de mais luz visível enquanto barram quase totalmente a radiação solar nociva. O resultado é conforto térmico, sem comprometer a visibilidade e dentro dos padrões exigidos por lei.
O que observar antes de instalar qualquer película
Antes de autorizar a aplicação de uma película automotiva, o motorista deve fazer uma análise criteriosa:
- Verifique o índice de transmissão luminosa (VLT). Produtos com menos de 70% de transparência não podem ser aplicados nos vidros dianteiros.
- Exija que o produto seja homologado pelo Inmetro. Filmes sem certificação são ilegais.
- Confira se o selo de certificação estará visível após a aplicação.
- Peça nota fiscal e documentação técnica. Isso serve como prova em caso de questionamento legal.
- Evite empresas que prometem “burlar a fiscalização”. A instalação correta evita dores de cabeça futuras.
Em caso de fiscalização, o que fazer?
Se o veículo for abordado por um agente de trânsito e a película estiver fora dos padrões, será lavrado um auto de infração. O motorista terá de providenciar a remoção imediata da película irregular e poderá ter o veículo retido até que a situação seja regularizada.
Alguns equipamentos usados pela fiscalização conseguem medir com precisão a transparência dos vidros, o que torna cada vez mais difícil tentar escapar da lei.
O uso da película afeta a aprovação em vistorias?
Sim. Tanto na vistoria anual de veículos (quando exigida) quanto em processos como transferência de propriedade ou licenciamento, o veículo com película fora dos padrões será reprovado. Isso impede a finalização do processo até que a irregularidade seja corrigida.
Em que casos a aplicação de películas escuras é liberada?
Há situações específicas em que películas mais escuras podem ser aplicadas nos vidros dianteiros, mas elas exigem uma autorização especial do órgão de trânsito. Um exemplo é quando o condutor apresenta uma condição médica que exige proteção mais intensa contra a luz.
Nesse caso, é necessário apresentar laudo médico, fazer um pedido formal ao Detran e aguardar a emissão de uma autorização especial, que deve ser apresentada junto ao veículo em caso de fiscalização.
Considerações finais
O Insulfilm G5 só é permitido em algumas partes do carro e dentro de condições bem específicas. Aplicar essa película em locais proibidos como o para-brisa ou os vidros dianteiros representa infração de trânsito e pode trazer consequências sérias para o motorista.
Antes de tomar qualquer decisão, é fundamental conhecer a lei, respeitar os limites estabelecidos e optar por produtos certificados. A escolha certa não apenas evita multas, como também garante uma condução mais segura para todos.
Com o avanço das tecnologias, já é possível aliar conforto, privacidade e estética sem ultrapassar os limites legais. Películas modernas com alta eficiência térmica e boa visibilidade são uma excelente alternativa para quem quer evitar problemas e ainda assim valorizar o visual do veículo.
Se você está pensando em instalar películas no seu carro, o mais indicado é procurar um profissional de confiança e garantir que todo o processo seja feito conforme a legislação.